O terremoto de magnitude 8.3 que afetou o Chile, na noite do dia 16 de setembro de 2015, na região de Choapa (imagem da Channel News Asia), mostra que o país continua a dar saltos qualitativos em sua preparação para enfrentar abalos sísmicos seguidos de tsunami. Reduzida devastação de edificações, reduzido número de mortes e o alerta em massa para evacuação denotam a preparação do governo que tomou para si, como tarefa de Estado, responder adequadamente a desastres naturais.
Ao entrar em contato com o noticiário, experimentei uma sensação de boa surpresa pois pude identificar que, em cinco anos, o país evoluiu em comparação à atuação que teve no terremoto seguido de tsunami de 27 de fevereiro de 2010, que afetou a região da cidade de Concepción, mais ao sul do país. A atuação governamental em 2010 foi tão ineficiente que diversas autoridades responderam a processo movido pelo Ministério Público chileno por conta do desencontro de informações que levou a 486 mortes, 79 desaparecidos, 12 mil feridos, 800 mil descolados.
Tive oportunidade de analisar e refletir sobre esse terremoto de magnitude 8.8 seguido de tsunami que afetou o Chile em 2010 quando escrevi o estudo de caso sobre Comunicação Pública e os desafios para a Gestão da Comunicação em Organizações, nesse caso o governo central e suas agências quando o objeto é desastre. O estudo de caso é resultado do trabalho desenvolvido para a cadeira de Desastres Naturais e Catástrofes Ambientais, ministrada pela Profa. Maria José Roxo, dentro do programa doutoral Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Lisboa.
Estou preparando a versão digital do estudo de caso e espero ter a publicação pronta em breve. O estudo de caso também aborda as questões de comunicação pública que envolvem o terremoto de L’Aquila (Itália), em 2009. A ausência de uma gestão efetiva da comunicação antes e durante os dois eventos levou à Justiça funcionários e cientistas que foram responsabilizados civil e criminalmente pelos danos provocados às pessoas ora pela ausência de informação (Chile) ora pela informação mal difundida (Itália).