Aprendizagem por Projeto – relato de experiência

Dia 11 de março de 2021, estava eu lá em live divulgando o relato de experiência, realizado junto com a professora e advogada Luciana Musse. O relato é o Capítulo 5 do livro A Reinvenção do Ensino Jurídico – métodos para a qualidade das aulas remotas, que aborda o emprego da metodologia Aprendizagem por Projeto durante o primeiro semestre da pandemia de covid-19 nas três turmas de primeiro semestre de Direito.

Crédito: Captura Tela/Luan Correa

Luciana e eu oportunizamos aos alunos e alunas a experiência de entrevistar profissionais da área do Direito.

O resultado de nosso trabalho mostra que a experiência, segundo os próprios estudantes, (i) contribuiu para inspiração e enriquericemento pessoal, (ii) permitiu conhecer a profissão e a realidade de profissionais de Direito e (iii) promoveu uma aproximação com a carreira profissional.

Também revela que houve uma diversidade nas áreas e carreiras, como se pretendia com os objetivos do projeto, mas a predominância foram de entrevistas com profissionais que atuam nas carreiras tradicionais do Direito: advogados privados, juízes, promotores e delegados.

Luciana, no texto do Capítulo, ressalta, no entanto:

chama a atenção o número de mulheres entrevistadas e que atuam em profissiões jurídicas menos convencionais, como delegadas de polícia, oficial de justiça, assessora parlamentar, advogada militar e advogada popular.

A sondagem de opinião junto aos estudantes que participaram do projeto mostra que a metodologia teve efetividade e que houve satistifação ao participar da experiência. No entanto, como escrevemos:

Os efeitos da pandemia de covid-19 como o distanciamento social e as aulas remotas são os vetores que levam os respondentes a apontarem insatisfação e perda da qualidade da experiência com o Projeto. Para os alunos, não realizar a entrevista de modo presencial é uma limitação que compromete a qualidade da experiência de conhecer um profissional de Direito de uma determinada área de atuação e poder com ele interagir. Também é apontado como limitador a pouca familiaridade com gravação e a edição de uma entrevista.

O nosso Capítulo 5 está disponibilizado no plataforma Academia.edu, com o objetivo contribuir para experiências com a metodologia Aprendizagem por Projeto.

O livro (A Reinvenção do Ensino Jurídico) é organizado pelo Prof. Nitish Monebhurrun, Doutro em International Law pela Sorbonne Law School (Paris), e atualmente professor de Direito no Centro Universitário de Brasília (CEUB). A brilhante organização de Nitish permitiu que o livro aglutinasse 14 relatos. Relatos de professores de diversos estados do Brasil que utilizaram as mais diversas abordagens para chegarem perto dos estudantes num momento tão delicado da história do ensino (o primeiro semestre da pandemia), relatos de estudantes de Direito que vivenciaram diversas metodologias e relatos de experiências internacionais: Índia, Kuwait, Argentina e Reino Unido. O livro é da Editora Processo e pode ser adquirido em dois canais de venda: Editora Processo e Catalivros.

Crédito: Captura de Tela/Blogspot

Os direitos autorais, como anunciado no dia do lançamento, serão utilizados para apoiar o Projeto Leitura no Parque do Núcleo de Educação Ambiental do Parque Nacional de Brasília (NEA/PNB).

Leitura no Parque (foto) busca incentivar a leitura por meio do contato direto com a natureza, como parte do processo da educação ambiental, despertando o interesse pela continuidade de iniciativas  socioambientais no âmbito das escolas. O Leitura no Parque atende, anualmente, cerca de 800 estudantes e professores(as) de mais de 20 escolas do Distrito Federal e Entorno.

No evento de lançamento, os autores contam como foi produzir seus capítulos e os aspectos que mais marcaram esse momento de reinvenção, que levou professores a se adaptarem, no caso do CEUB, em menos de uma semana, para continuarem a ministrar as aulas e a contribuir com a formação acadêmica dos estudantes.

O Prof. Paulo Carvalho destacou, durante o lançamento, que este é momento histórico também porque traz à tona o encontro, no ensino jurídico, das gerações nativos digitais e imigrantes digitais, colocando a ambas o desafio da linguagem e da compreensão. Paulo conta que usou uma playlist criada a partir da pergunta que fez aos estudantes: se você pudesse levar apenas uma música para uma ilha deserta, qual seria? Com a playlist em mãos, Paulo colocava uma música a cada aula como ambientação para iniciar os estudos.

Fiquei motivada e com vontade de fazer o mesmo em minhas aulas. Quem sabe, vendo o vídeo de lançamento, você também não encontra algo que te inspire!

Afoguei as minhocas! Compostagem doméstica, meu primeiro ensaio

Enfrentei a revolução das minhocas da minha composteira doméstica com bravura! Logo que acordei fui fazer um check in na composteira recém-chegada de Limeira (SP), por despacho expresso pelos Correios, e encontrei minhoca espalhada pelo chão de cerâmica do espaço de serviço. Minha cara de surpresa e susto é daquelas dos memes de olhos arregalados, boca aberta e mãos da cabeça! Garanto que você, leitor ou leitora, conhece um monte deles, principalmente os animados. Essa aí, era eu!

Deduzi que elas haviam fugido da caixa, escapando pelos furos de cima da tampa, num ato de repúdio a alguma coisa que eu não havia feito direito. E olha que na chegada de minha encomenda eu era pura criança ganhando presente de Natal!

Meu Deus! Havia minhocas por todo lado! E o medo de pisar numa delas!! E a cabeça pensando! E agora?! Não dá para fingir nojo de pegar em minhocas. O jeito era dar jeito naquela situação e rápido, antes que eu perdesse minhas minhocas ou elas invadissem os cantinhos escuros da área de serviço e morressem depois sem eu saber! Só iria perceber quando desse de cara com formigas em montinhos na área de serviço. O coração até que se manteve desacelerado e ajudou a colocar o cérebro para funcionar devolvendo as vivas de volta na composteira. Depois, eu cuidaria das mortas!

Precisava consertar esse estrago de marinheira de primeira viagem que investiu tempo na tomada de decisão de mudar hábitos domésticos de uma vez por todas. Aquilo não podia estar acontecendo! Minha composteira tinha chegado na véspera e as minhocas estavam vivas. Eu havia seguido as regras do manual de instrução e trocado umas figurinhas com um amigo que me indicou a loja e me havia contado que a dele funciona bem há já alguns meses e até servia para educação sobre serviços prestados pela natureza para seus pimpolhos. Aquela conversa me dera confiança para minha empreitada!

Era fundamental descobrir o que fazer para que as minhocas ficassem dentro da caixa preta, agora que coloquei elas lá de volta! Mas elas insistiam em andar pelas paredes da caixa.  Busquei o celular e fui direto para o YouTube encontrar uma solução. Dois vídeos de pessoas anômimas, que se tornaram meus consultores de gestão de desastres por 15 minutos, me disseram que eu havia afogado as minhas minhocas! Minhocas sobem para o teto da tampa, ficando amontoadas com risco de escaparem pelos furinhos quando tem água demais. “Excesso de umidade”, disse meu consultor youtuber Henrique Buttler, que já emendou a solução – coloca mais serragem!

A ficha caiu na hora! E a minha cara de tonta me fez rir de mim mesma. Afinal eu estava ali no meio das minhocas, composteira destapada, consultor youtuber no meu ouvido e as minhocas ainda caminhando pelos lados da caixa, sem entrar na terra. Minha preocupação com a secura de Brasília (DF) e as minhocas que vieram de Limeira me fez borrifar água no interior da composteira. Eita, santa idiotice! E o consultor a dizer: “elas vão subir para não se afogarem, isso é muito normal acontecer em jardim em dia de chuva”.

Matei minhas minhocas afogadas!, disse à minha sobrinha poucas horas depois. E a conversa no whatsapp tem muito de kkkkkkkkkk e de ô, tia!. E o papo de minhoca rondou sobre a curiosidade de precisar ou não comprar mais minhocas, quantas morreram e qual o tamanho delas, umas grandes com até 15cm e outras pequenas com uns 8. As menores, morreram. Contei que catei do chão com papel e o enterro delas foi na cesta de lixo orgânico. O coração estava doído! Um erro assim desastrado. Uma experiência viva sobre outros seres tão diversos dos humanos que me coloca, de vez, na condição de aprendiz do mundo. No dia anterior, havia conversado com minha filha sobre as minhocas estarem estressadas da viagem de carga e de que eu estava muito feliz com a aventura de produzir meu próprio adubo para ir avançando em minha intenção de ter lixo zero.

Pelo visto não será esse o único erro que vou cometer nessa nova estrada de urbanóide, que vive em apartamento, e que quer trazer a prática do mundo natural mais para perto de si. Intelectualmente, ele já está bem perto, mas no hábito diário ainda falta estrada. Veremos as novas histórias quando for a vez da horta doméstica na varanda!

Recolhi a serragem molhada, retirei umas comidas mais úmidas e coloquei mais serragem, seca, e cobri bem os alimentos, seguindo instruções para recuperar o desastre que eu mesma causei. Ao menos, há dois dias, quando escrevo agora esta crônica, não enfrento outra revolta de minhocas. Um índice (para usar o conceito da Semiótica de Pierce) de que ajustei a umidade da composteira.

Com os consultores youtubers, aprendi também que as minhocas podem fugir por intoxicação por conta de alimento não recomendado dentro da composteira, presença de formigas e outros predadores, e excesso de sol. A minha composteira está num local fresco e que não incide sol, ainda que não seja o local ideal para o manejo da retirada do húmus e do chorume, adubos naturais para minha futura horta de varanda.

Se você tem uma composteira caseira ou quer ter uma, ou quer cuidar de plantas, o youtuber Henrique Buttler talvez também possa lhe ajudar. Ele me ajudou, anonimamente, no dia da revolta das minhocas!